quarta-feira, 11 de abril de 2012

Dos Frades à Penha

 Em tempos como esse que tenho saudades do verão.
 Não do verão desse ano, verão comum que dura de Dezembro a Março. Sinto falta dos verões antigos, daqueles da infância. Das corridas na praia, dos mergulhos no mar,  dos passeios no trem infantil, dos patins no final da tarde e da música do parque ao anoitecer.
 Aquela barca pendurada nas bases de ferro ia e voltava, cada vez mais alta, arrancando gritos das pessoas.      
 Lembro do jogos de aposta que em vão tentávamos a sorte. Lembro do salgadinho caseiro de bacon que logo enjoava. Da pipoca na praça  e do churrasco no palito. 
 Em minha memória há sempre um grupo de crianças andando no cais, sem direção, mas com total certeza para onde estavam indo. Seja para outra praia, em outra ilha, ou no cemitério. Este, era o que eu menos gostava.
 São memórias que me confortam trazendo a sensação de leveza da vida.
 Em momentos difíceis é bom lembrar que a vida pode ser leve, sem preocupação. Lembrar que a vida pode ser a rotina do picolé na praia, embaixo do sombreiro, sentado em cima de uma canga. Pode ser adivinhar os nomes das lanchas quando elas ainda estão bem longe.
 Que a vida já foi melhor, já foi muito melhor.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom mesmo seria transpor essas memórias para o futuro e oferece-las uma nova chance de tornarem-se presente (algum dia). Dia que o passado não será saudade, mas como num passe de mágica, deja-vu

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